domingo, 17 de outubro de 2010

Cadarços Brancos - David Vega


Nota sobre a obra:

O que pode ser pior do que nascer em um país mergulhado na inflação e no desemprego, durante a transição de um governo militar centralizado que esmagou a sociedade durante 30 anos e se decepcionar com uma suposta liberdade que nunca veio? Ser da classe média em uma sociedade em que os extremos falam mais alto, sofrer discriminação por ser filho de imigrantes europeus em uma nação xenófoba que carrega ainda um sentimento de repúdio e ódio à antiga metrópole, ser forçado a estudar uma carreira que detesta, ter um pai autoritário que não compreende o mundo que o rodeia, de ter como paixão a leitura, a filosofia e as artes em geral, numa época em que a ignorância é promovida inclusive pelas autoridades; das quais perseguem os intelectuais e os punem utilizando as grandes massas destinadas a pré-julgar sem fundamentos, com um caráter autoritário, tentar a vida na caótica cidade de São Paulo e pela frente, apenas a perspectiva de servir de mão-de-obra barata em um mundo cada vez menos propício às pessoas sensíveis e problemáticas. Esta é a história de Júlio Garrote, personagem criado pelo recém autor David Vega para apresentar seu livro de pesquisa; Cadarços Brancos – Entre o Sonho e a Barbárie (Giostri Editora).
Pela primeira vez no Brasil um livro tão polêmico é escrito com intuito de se esclarecer questões que ainda parecem ser tabus, mesmo passado séculos desde que tais conceitos eram implantados em comunidades mundo a fora e falados abertamente.
David, o autor, permaneceu por 2 anos convivendo com partidos ilegais de São Paulo e gangues de rua, como membro de grupos de Skinheads e Punks a fim de escrever sobre suas ações e ideologias. Com certos toques autobiográficos, Cadarços Brancos resgata todo um complexo mundo de dogmas e estilos de vida ultrapassados, em que a honra da palavra e a fidelidade fala mais alto do que a imagem e o bem material, tornando-se exótico em um mundo globalizado como o atual. Segundo o autor, a intenção é “prevenir os jovens iguais a Julio, antes de tomarem certas atitudes na vida que não tem volta, também procurar fazer com que o leitor compreenda o que é ser um deles, quais as diferenças entre suas vertentes, antes de que se faça um julgamento incorreto e injusto”.
O livro apresenta também crônicas verdadeiras sobre os militantes “cabeças raspadas” que o autor conheceu, apresentados com nomes ficcionais mantendo a privacidade.

Segundo o apresentador e crítico literário Ralph Peter, da Clic T.V, em uma nota do jornal Empresas e Negócios:

“Rico trabalho de cunho histórico-sociológico fruto de uma febril convivência com integrantes de várias tribos urbanas que possuíam como lema a quebra de paradigmas de boa convivência, instituindo a intolerância e a revolta. É o que nos proporciona o autor, narrando com detalhes, em tom romanceado, toda sua trajetória em que permeou bastidores de gangues paulistas que espelhavam-se nos skinheads e outras barricadas. Esclarecedor”.

Cadarços Brancos. Editora Giostri. Encontra-se nas melhores livrarias.

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