sexta-feira, 25 de março de 2022

A Hispanidade para o Mundo Lusófono do Século XXI

 


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Divulgo aqui o meu mais recente livro.

Em 1494, através do Tratado de Tordesilhas, as duas maiores nações da Ibéria dividiram o mundo. Embora Portugal se lançou ao mar através da facilidade de sua saída ao Atlântico por conta da suposta ameaça de Castela, é sabido que ambas culturas sempre foram uma única; o amálgama de povos de um tronco comum, identitários que lutam por uma unidade na diversidade. Após as coroas se unirem em torno de Felipe II, como uma só nação, a península foi dona do globo terrestre. O Brasil como entendemos surge à sombra desta união, resultante de uma cultura transplantada que inventou nações e criou uma nova gente, uma população de todos os fenótipos, incorporando elementos nativos da América e da África em uma reedição da cultura hispânica, uma raça cósmica, aliançadas pelos idiomas de Camões e de Cervantes, compondo o universo ibero-americano que é uma nova Roma, a latinidade nos trópicos.

Neste livro, defendo o mundo lusófono, por consequência o Brasil, como sendo parte do movimento hispanista idealizado pela Geração de 1898, alguns de viés pessimista, outros nacionalistas exacerbados, porém nos seus particularismos deixaram etnografias que hoje nos faz repensar o papel da América Luso-Hispânica do século XXI.

Orelha:

Este que vos escreve é natural de São Paulo de Piratininga, terra de Anchieta. Filho de pai espanhol, nascido em Leon, no pueblo Huerga de Frailes, muito próximo à região da Maragatería (Astorga) – província que já foi palco da Legio VII Gemina romana e um reino independente, uniu-se com a velha Castilla e tem seu escudo presente na bandeira da madre pátria – e de mãe caipira, do interior do estado insurgente que forjou o Brasil e seu território. Da fusão de dois mundos que se complementam eu vim, e desde pouca idade jamais consegui separar a cultura hispânica paterna da luso-brasileira materna.

Neste livro, explico com exemplos históricos e antropológicos o motivo pelo qual considero a Iberia uma coisa una, por consequência, a América de além mar, partes da África e as antigas possessões na Ásia, também teriam o mesmo destino; são crias da velha península que transplantou sua cultura ao redor do globo – “Não há pedaço de terra no planeta sem uma tumba ibérica” já diz o ditado.

Faço um retrato sociológico dos rostos de todas as cores e credos incorporados à latinidade, que hoje falam as línguas de Camões e Cervantes, produzindo um mundo peculiar ligado por um cordão umbilical que jamais se rompeu. Em tempos que se falseiam a História, rejeitando tudo o que lembra a narrativa do “conquistador”, o decolonialismo pode se contrapor ao imperialismo ianque atual, mas jamais negar o sangue e a alma das nações que nos forjaram.

Não trato da Hispânia (como chamavam os romanos) apenas como um local, mas sim uma unidade de espírito, o norte que agrega o melhor de todas as raças formando um novo gentílico, cósmico, capaz de contribuir para sociedades que se padronizam, através de sua cosmovisão herdada de uma gente guerreira, nobre, aristocrática, não no sentido pejorativo do termo, mas de um povo que ainda tem uma psiquê que nos remete ao mundo antigo, à capacidade de ser filósofo-artista e soldado, resistente ao dinamismo da pós-modernidade, mesmo que tal manifestação ocorra de forma inconsciente. E é justamente esta qualidade de “cavaleiro andante”, de não se atar às regras e ao trabalho alienante, de ser questionador e eterno rebelde presente no ibérico que pretendo valorizar neste manifesto.

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